O resultado de um projeto de Iniciação Científica desenvolvido no curso de Design de Moda rendeu reconhecimento estadual às egressas Clara Sandes e Jéssica Santos, criadoras da marca Irmês. A peça produzida durante a pesquisa foi selecionada no 2° Prêmio de Design Pernambucano, na categoria Design, Moda e Estética, reforçando o potencial criativo das jovens designers e o compromisso com práticas responsáveis na moda.
Sob orientação da professora Manuela Beatriz Pedrosa Correia, o projeto investigou as relações entre a moda agênero e o upcycling de jeans, buscando compreender como modelagens inclusivas podem ser desenvolvidas a partir do reaproveitamento de materiais têxteis. Como resultado, as estudantes criaram a bermuda Castro, peça que se destaca pela neutralidade de formas, versatilidade no uso e adequação a diferentes corpos e identidades de gênero, sem reforçar padrões estéticos ou distinções convencionais.
A proposta recebeu parecer positivo da comissão avaliadora, que destacou a originalidade, impacto visual e relevância conceitual do trabalho, além da inovação em funcionalidade, uso de upcycling, promoção da cadeia produtiva sustentável e diálogo consistente com a cultura e o território.
Para a coordenadora dos cursos de Economia Criativa (Design de Moda, Design e Publicidade) da Wyden, Rossana Nanuska, o reconhecimento demonstra o valor da pesquisa aplicada na formação acadêmica. “A Iniciação Científica tem um papel fundamental na formação dos nossos estudantes, porque permite que eles experimentem a pesquisa como um espaço vivo de criação, investigação e inovação. Quando um projeto acadêmico se transforma em produto, marca ou solução concreta, como é o caso do trabalho desenvolvido por Clara e Jéssica, nós vemos a universidade cumprindo sua função social: gerar conhecimento que dialoga com o mercado, com a cultura e com os debates contemporâneos. A seleção para o 2° Prêmio de Design de Pernambuco é um reconhecimento da relevância desse movimento, que valoriza a pesquisa como ponto de partida para novas formas de pensar e fazer moda”, afirma.
Além da conquista, o trabalho reforça o posicionamento da marca Irmês como agente de transformação no cenário da moda autoral pernambucana, articulando estética, sustentabilidade e narrativas identitárias. ”A nossa marca nasceu dentro da própria faculdade, fruto da amizade e do sonho de três meninas do interior que vieram para o Recife estudar Design de Moda. Desde o início, compartilhamos o amor pela costura, pela criação das nossas próprias roupas e pelo conceito de upcycling, que é transformar o que já existe em algo novo e cheio de propósito. Foi assim que surgiu a Irmês, uma marca de upcycling de jeans agênero, que une design, consciência socioambiental e criatividade. Participar da Iniciação Científica nos ajudou a transformar essa ideia em pesquisa e a pesquisa em um projeto real”, destaca Clara Sandes.
“A bermuda Castro, criada dentro desse processo, representa tudo o que acreditamos: moda inclusiva, sustentável e com identidade. Ver o nosso trabalho reconhecido no Prêmio de Design Pernambucano é muito gratificante, porque mostra que é possível fazer moda com propósito e ver nascer, dentro da universidade, uma marca que hoje começa a ganhar novos horizontes”, conclui.
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