A ligação entre a tradição do São João e a gastronomia é profunda e rica em história e simbolismo. As comidas típicas das festas juninas, muitas à base de milho, amendoim e mandioca, refletem a cultura e a identidade do povo nordestino, além de estarem diretamente relacionadas à época do ano em que a festa acontece. Com o feriado junino se aproximando, os preparativos para as festas já se iniciam, especialmente no meio gastronômico, com as populares comidas típicas de milho, muito queridas nessa época do ano.
“A origem do feriado de São João começa com influência dos portugueses, que tinham hábitos pagãos de fazer agradecimentos durante o solstício de verão, mudança da primavera para o verão, hábitos incorporados ao catolicismo pela igreja, como forma de agradecimento aos santos, passando de uma tradição pagã para católica. A cultura chega ao Brasil no século XVI, durante a colonização portuguesa, na intenção de propagar a religião católica no país”, explica o professor de gastronomia da Wyden, Erick Buarque.
Tendo o significado religioso, as festas passam a ser feitas no Brasil, especialmente no interior do nordeste, para agradecer aos santos pela colheita. Principalmente do milho, devido à sua importância econômica e como sua colheita coincidia com as festas juninas. Pela forte presença do milho durante a época do feriado, ele consequentemente se torna protagonista nas mesas das festas juninas. “Comidas derivadas do milho começam a ser preparadas durante esse período de festas como forma de gratidão e comemoração, além da necessidade de comidas mais intensas nas festas sertanejas, popularizando os famosos pratos tradicionais como o bolo de milho, canjica, pamonha, etc”, ressalta o professor e chef de cozinha.
Buarque explica que, com a modernização do feriado, a culinária também passa a se sofisticar, trazendo novos pratos novos e mais contemporâneos, como as maçãs do amor, brigadeiro de milho, caldos e outros. “Apesar do crescimento da culinária junina moderna, os pratos tradicionais continuam sendo populares nas festas, e com isso, no mercado, a procura por pessoas dispostas a dedicar tempo e atenção a essa culinária típica está cada vez maior, abrindo oportunidade para quem visa ganhar espaço na área”, finaliza Erick Buarque.
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