A política contemporânea exige um novo tipo de líder: o FIJITAL, aquele que alcança a excelência tanto no ambiente físico (gestão, obras, presença territorial) quanto no ambiente digital (redes sociais, comunicação direta, interatividade). O termo, que funde "físico" e "digital", define a habilidade de construir uma narrativa autêntica e eficaz que conecta a realidade da rua com a velocidade da internet. Longe de ser apenas marketing, o sucesso FIJITAL é sustentado pela capacidade de fazer a entrega de resultados e, ao mesmo tempo, comunicar essa entrega de forma clara e próxima ao eleitor. Em Pernambuco, essa dicotomia fica evidente na comparação entre duas de suas principais lideranças.
O Contraste em Pernambuco: João Campos x Raquel Lyra
O Prefeito do Recife, João Campos (PSB), se consagrou como o grande expoente FIJITAL do estado e um dos principais do Brasil, pavimentando sua pré-candidatura ao Governo de Pernambuco. No digital, ele adota uma linguagem nativa, descontraída, com vídeos que viralizam por sua autenticidade e humor, quebrando a formalidade do cargo e se conectando especialmente com a juventude. Na esfera física, sua gestão na capital apresenta resultados que sustentam a imagem de um líder jovem e competente. O estilo de Campos é leve e ágil, um modelo de comunicação que consegue ser popular sem soar artificial, convertendo a popularidade digital em capital político no mundo real, o que se reflete em pesquisas de intenção de voto que o colocam em ampla vantagem para a disputa estadual.
O Desafio Digital da Gestão Estadual
Em contrapartida, a atual Governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, enfrenta sérios desafios para consolidar sua imagem no novo cenário FIJITAL. No digital, sua comunicação é frequentemente percebida como formal e menos natural, sem o timing ou a desenvoltura para engajar as massas da mesma forma que seu principal opositor. No plano físico, a percepção de sua gestão, somada a um estilo de comunicação que alguns analisam como "pesado" ou "truculento" na forma de lidar com a oposição e até mesmo com os aliados) e com questões políticas, cria um ruído que não é compensado por uma performance digital forte. A governadora, embora conhecida, tem dificuldade em traduzir sua presença física em aprovação popular e em desarmar as críticas nas redes, falhando em se consolidar plenamente no novo paradigma FIJITAL.
Destaques FIJITAIS no Agreste: Santa Cruz do Capibaribe
O fenômeno FIJITAL não é exclusividade da capital. No Agreste de Pernambuco, em Santa Cruz do Capibaribe, duas figuras políticas locais demonstram, cada uma a seu modo, a importância de dominar os dois ambientes. O Prefeito Helinho Aragão é reconhecido por uma alta aprovação na gestão (físico), com números que superam os 80% em algumas pesquisas. Ele complementa essa aprovação com uma presença digital constante, utilizando suas plataformas para informar, prestar contas e dialogar sobre as ações municipais, mantendo uma imagem de proximidade e trabalho.
O Jogo de Oposição no Digital e Físico
Do lado da oposição em Santa Cruz do Capibaribe, a vereadora Jessyca Cavalcanti também se destaca na dinâmica FIJITAL, mas com uma estratégia diferente. No ambiente físico, ela é uma líder combativa e fiscalizadora, com presença marcante nas ruas e nas unidades de saúde, expondo problemas e cobrando a gestão. Essa atuação enérgica é potencializada no digital, onde ela utiliza as redes sociais para viralizar denúncias e embates, alcançando um engajamento significativo ao assumir uma postura direta e sem filtros contra os bastidores do poder.
Ambos, Aragão e Cavalcanti, demonstram que, seja na defesa da gestão ou na crítica da oposição, a habilidade FIJITAL é o novo requisito para se sobressair e construir uma carreira política relevante em qualquer nível.
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